Narrativas
China e seu rizoma multipolarizante global
“No primeiro dia do primeiro mês, Shun foi ao templo dos ancestrais de seus antepassados. Ele foi consultar os quatro Yue sobre como abrir os quatro portões para iluminar as quatro perspectivas e alcançar inteligência completa. Ele (também) consultou os doze pastores e deliberou: ‘o alimento depende da observação das estações. Sejam gentis com os de longe para cultivar os de perto. Dêem honra aos virtuosos e confiem nos bondosos enquanto desprezam os astutos. Assim os povos estrangeiros liderarão a si mesmos em seu reconhecimento (ao nosso império).”
(Cânon de Shun (舜典), século XI a.C)
“Há mais de 2.000 anos, nossos ancestrais, caminhando por vastas estepes e desertos, abriram a passagem transcontinental que liga Ásia, Europa e África, hoje conhecida como Rota da Seda. Os nossos antepassados, navegando em mares bravios, criaram rotas marítimas que ligavam o Oriente ao Ocidente, nomeadamente, a Rota da Seda marítima. Essas antigas rotas da seda abriram janelas de engajamento amigável entre as nações, acrescentando um esplêndido capítulo à história do progresso humano.
(…)
Abrangendo milhares de quilômetros e anos, as antigas rotas da seda incorporam o espírito de paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizado mútuo e benefício mútuo. O espírito da Rota da Seda tornou-se uma grande herança da civilização humana.
(…)
A história é nossa melhor professora. A glória das antigas rotas da seda mostra que a distância geográfica não é intransponível. Se dermos o primeiro passo corajoso em direção um ao outro, podemos embarcar em um caminho que leva à amizade, ao desenvolvimento compartilhado, à paz, à harmonia e a um futuro melhor.
(…)
No outono de 2013, respectivamente no Cazaquistão e na Indonésia, eu propus a construção do Cinturão Econômico da Rota da Seda e da Rota da Seda Marítima do Século XXI, que chamo de Iniciativa do Cinturão e Rota.
(…)
A conectividade da infraestrutura é a base do desenvolvimento por meio da cooperação. Devemos promover a conectividade terrestre, marítima, aérea e ciberespacial, concentrar nossos esforços nas principais passagens, cidades e projetos e conectar redes de rodovias, ferrovias e portos marítimos.
(…)
Precisamos aproveitar as oportunidades apresentadas pela nova rodada de mudanças na matriz energética e a revolução nas tecnologias energéticas para desenvolver a interconexão energética global e alcançar o desenvolvimento verde e de baixo carbono. Devemos melhorar a rede logística trans-regional e promover a conectividade de políticas, regras e padrões para fornecer salvaguardas institucionais para melhorar a conectividade.
A Iniciativa do Cinturão e Rota está enraizada na antiga Rota da Seda. Concentra-se nos continentes asiático, europeu e africano, mas também está aberto a todos os outros países. Todos os países, da Ásia, Europa, África e das Américas, podem ser parceiros de cooperação internacional da Iniciativa do Cinturão e Rota. A prossecução desta iniciativa assenta numa ampla consulta e os seus benefícios serão partilhados por todos nós.”
(Xi Jinping, 2017)
“A Grandeza já não precisa da cidade, ela compete com a cidade; ela representa a cidade; ela antecipa-se à cidade; ou melhor ainda, ela é a cidade. A Grandeza gravita oportunisticamente para localizações de máxima promessa infraestrutural; é, definitivamente, a sua própria raison d’être. A Grandeza é o último bastião da arquitetura – uma contracção, uma hiper-arquitetura. A Grandeza prepara o terreno para um depois-da-arquitetura”
(Rem Koolhaas, 1994)
“É conhecida a comparação feita por Deleuze e Guattari entre o xadrez e o go. O xadrez é um jogo de Estado: as peças são codificadas, elas têm propriedades intrínsecas e movimentos próprios. Os peões de Go, ao contrário, são grãos, pastilhas, sem propriedades próprias, tudo depende da situação, do meio de exterioridade, de suas relações com nebulosas, constelações. O xadrez é um a guerra, mas institucionalizada, regrada, codificada, com um fronte, uma retaguarda, batalhas. O Go, ao contrário, é sem afrontamento nem retaguarda, no limite sem batalha. Enquanto no xadrez se vai de um ponto a outro, no go se preserva a possibilidade de surgir em qualquer ponto. Ou seja, o movimento se torna perpétuo, sem destino, sem partida nem chegada. Seria preciso ler a filosofia de Deleuze à luz dessas observações. Seus conceitos como peças de go espalhadas no tabuleiro contemporâneo. Aparentemente sem enfrentamento, no limite sem batalha. E no entanto, nos seus efeitos, capazes de aniquilar uma constelação conceitual ou pragmática.”
(Peter Pál Pelbart, 2000)
“O que me preocupa é que a única coisa que podemos fazer é julgar, e julgar esses desenvolvimentos inteiramente como negativos (…). Não somos capazes de ser críticos e ter simpatia. (…) Não somos ativos o suficiente para desfazer o senso de superioridade inata que vimos como nosso direito de nascença. (…) O diálogo é claramente crucial. Há muito moralismo sabotando isso.”
(Rem Koolhaas, 2018)
“Tenho um instinto de que o que o século XXI tem a oferecer é essa nova arquitetura pós-humana. Este é um novo sublime. Uma paisagem totalmente ditada pela funcionalidade, dados e engenharia. A escala se altera, o humano se torna quase irrelevante. (…) Estamos em um momento de transição agora, em uma arquitetura meio humana, meio máquina. Esta é uma pós-cidade? Se articularmos corretamente, pode ser insanamente lindo.”
(Rem Koolhaas, 2020)
“A China é uma referência do Sul para o Sul, pois possui uma alternativa de desenvolvimento econômico que coloca a técnica no seu devido lugar, adotando uma visão cosmotécnica que identifica futuros possíveis, tendo o Estado como ator fundamental deste movimento. Pela cosmotécnica é possível ter esperança no futuro e entender que a partir do Sul Global, a sociedade de controle pode ser uma sociedade cuja governança se baseia na auto afirmação e na auto regulamentação em prol de justiça econômica e social, assumindo a diversidade em direção da cooperação entre os países. (…) Conclui-se que a China é uma excelente referência com relação a uma forma de colaboração global que aponta as falhas e ineficiências das instituições multilaterais internacionais, sem tentar destruí-las ou substituí-las, pois busca reformá-las e está disposta a cooperar. Em defesa de verdadeiras relações internacionais multilaterais, ela incentiva o respeito e a justiça, assumindo um papel importante na cooperação Sul-Sul. Acreditamos que assumir uma política de ganha-ganha, via cooperação entre países do Sul Global, será inevitavelmente melhor para o Brasil e para os países do Sul Global, já que as políticas de submissão ao Norte adotada por muitos países nos últimos anos, levaram à situação insustentável de desigualdade social propiciada por uma acumulação capitalista eticamente perversa. Ressalta-se que esta acumulação sem precedentes, inclui a atuação de atores principais pertencentes ao capitalismo rentista aliados às Big Techs.”
(Marcelo Maia e Natacha Rena, 2021)
Em 2013, o presidente chinês Xi Jinping relembrou períodos históricos de intercâmbios culturais, processos civilizatórios pacíficos e a forte influência política, econômica e militar que a China detinha no mundo na época da antiga rota da seda. Em alusão a esse período de dinamismo comercial, territorial e globalizatório, a China anuncia o projeto das novas rotas da seda para o século XXI. Esse projeto não é nada mais do que a consequência de um caráter que a China retoma na contemporaneidade: o de grande potência econômica com sofisticados e pacíficos esquemas de articulações no campo da política externa e investimentos internacionais, o que tornam a China, o principal motor da globalização e urbanização contemporânea com base no financiamento e distribuição de bens públicos globais. Vale destacar que o desenvolvimento chinês também têm proporcionado ao país uma posição de vantagem que se reflete no rápido alcance de metas globais. A China recentemente teve êxito em eliminar 70% da pobreza mundial e erradicar a fome para 850 milhões de pessoas, no tempo recorde de apenas quatro décadas (THE STATE COUNCIL OF PUBLIC’S PEOPLE REPUBLIC OF CHINA, 2019) e atualmente avança progressivamente no desenvolvimento de energias renováveis e na redução acumulada das emissões de dióxido de carbono. Hoje, a China sozinha responde por 25% do aumento líquido global da área foliar com apenas 6,6% da área vegetada global (NASA EARTH OBSERVATORY, 2019), havendo uma enorme contribuição da China para a tendência global de ecologização que vem em grande parte (42%) de programas para conservar e expandir florestas (CHEN et al., 2019). Desta forma, é certo que nenhuma outra nação passou, no século XXI, por transformações tão profundas e rápidas quanto a China. O país vem se reestruturando por meio de um massivo investimento infraestrutural, com destaque para a mobilidade urbana. Em termos absolutos, de 1992 a 2011, a China destinou 8,5% do PIB para projetos de infraestrutura, ultrapassando a média mundial e tornando-se líder em investimentos no setor, com realce para as rodovias, ferrovias, abastecimento de água e energia, telecomunicações, áreas portuárias e aeroportos. Apenas no período de 2001 a 2004, os investimentos em infraestrutura destinados ao meio rural cresceram 51% anualmente (CHEN; MATZINGER; WOETZEL, 2013).
Como já dito, essa lógica não se restringe ao seu país, mas vem se espraiando rizomaticamente pelo mundo mediante o efeito disruptivo que esse nível de conectividade e integração global engendra, proporcionando a progressão assertiva nos padrões de cooperações multilaterais para o real estabelecimento de uma nova ordem mundial multipolar. Hoje, 21 países latino-americanos já estão oficialmente vinculados ao projeto da Belt and Road Initiative, o que poderia estimular mais estratégias de financiamento para atender às necessidades de infraestrutura dos países emergentes e especificamente, da América Latina e do Brasil. O primeiro país a aderir à BRI foi o Panamá, em novembro de 2017, seguido da Antígua e Barbuda, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, Dominica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Granada, Guiana, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela, em 2018. Mais três países se juntaram ao projeto em 2019: Barbados, Jamaica e Peru. E mais recentemente, uma potência econômica latino-americana também se juntou à iniciativa: a Argentina em 2022. Oficialmente, a proposta de inclusão da América Latina à BRI foi sinalizada na II Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC (ocorrida no Chile em 2018). Além disso, a favorabilidade pelo fortalecimento da parceria China-América Latina foi expressa pelo presidente Xi Jinping em seu discurso na 6ª cúpula da CELAC (GLOBAL TIMES, 2021).
Dado o atual panorama de relevância geopolítica que a China imprime ao mundo, além de toda a carga histórica milenar chinesa, a exposição itinerante EXPO CHINA, tenta trazer um conjunto de múltiplos olhares e perspectivas que mesclam temporalidade do passado, presente e futuro e interações transfronteiriças, evidenciando as relações territoriais, culturais, econômicas, patrimoniais e sócio-espaciais que a China fomenta com as demais nações do mundo.
Por isso, a EXPO CHINA também parte de um princípio rizomático desterritorializante, tendo uma programação pensada para ser itinerante entre a Escola de Arquitetura (EA UMF) e o Instituto Confúcio na Faculdade de Letras da UFMG.
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Através do investimento infraestrutural massivo e sem precedentes em comparação aos demais países do mundo, a China tem inaugurado um cenário de integração físico-digital, antecipando o futuro da interconectividade global para o século XXI (AMO, CAFA, 2020). Enquanto a China investiu cerca de 9% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura nas décadas de 1990 e 2000, a maioria das economias emergentes investiu apenas entre 2 a 5% de seu PIB (ABDENUR; SANTORO; FOLLY, 2021). Em decorrência, a China lidera a cadeia mundial quanto à produção e à expansão de trens de alta velocidade (high-speed-rail) em uma malha ferroviária com alta tecnologia digital (XIONG, 2016; GALA; FERREIRA, 2021), revelando o modal ferroviário como instrumento central do seu desenvolvimento territorial. Tal estratégia já traz efeitos para o surgimento de uma nova formação econômico-social (JABBOUR; VADELL, 2021), de uma revitalização rural (ZHANG et al. 2021) e o despertar de novos padrões de sustentabilidade. Em escala internacional, a China promove o projeto das Novas Rotas da Seda (Belt and Road Initiative – BRI), uma iniciativa de financiamento de projetos transnacionais de conectividade terrestre, marinha e digital. Com as Novas Rotas da Seda (One Belt, One Road ou Belt and Road Initiative), percebe-se a possibilidade de um novo modo de compartilhar idéias, riquezas e projetos de desenvolvimento infraestruturais interconectados globalmente, para além da intensificação de novos arranjos geopolíticos e parcerias de benefícios mútuos que fogem da concepção Ocidental Imperial. De forma que abre-se um novo leque de alternativas econômicas, culturais e produtivas através de relações de ganha–ganha (win-win) em um processo intercivilizatório, confirmando de fato, a viabilidade de um mundo onde o futuro é compartilhado. Assim, ao iniciar esse processo cartográfico sobre a China e seu rizoma de influência global, acabamos por nos envolver com a importância dos estudos sobre os projetos infraestruturais, a integração urbano-rural e o desenvolvimento territorial para o campo da Arquitetura e do Urbanismo no Brasil.
Desde 2020, junto ao ciclo pandêmico global, inaugurou-se uma série de atividades acadêmicas envolvendo disciplinas de graduação tanto no Departamento de Urbanismo com o Professor Marcelo Maia, quanto no Departamento Análise Crítica e Histórica da Arquitetura (ACR) com a professora Natacha Rena, nas quais foi-se cartografando, junto aos alunos, estagiários docentes e alunos da pós-graduação, diversas cidades e países envolvidos nas Novas Rotas da Seda terrestre e marítima que abarcam os continentes asiático, africano e europeu, além dos países que compõem os tigres e novos tigres asiáticos. As cidades investigadas ao longo desses anos aparecem em destaque tanto no “GRANDE MAPA” da exposição (na entrada principal da EA UFMG), quanto nos posters “CIDADES E ROTAS” (em televisor situado entrada principal da EA UFMG) que sintetizam um banco de dados coletivo realizado em planilhas compartilhadas durante ensino remoto. Esta extensa contribuição acadêmico-investigativa foi refinada com a elaboração do site criado por Anderson Chagas (como início de desenvolvimento de seu TCC) para compor a exposição EXPO CHINA. Acompanhando os processos cartográficos produzidos via disciplinas, realizaram-se aulas públicas, entrevistas online, webinários (atualmente presentes no canal do youtube Geopolítica <https://www.youtube.com/c/Geopol%C3%ADticacanal>), além de publicações relacionadas à Arquitetura e ao Urbanismo Chinês Contemporâneo e seu amplo Desenvolvimento Territorial. A partir dos dois webinários (ofertados tanto para alunos de graduação, quanto pós-graduação) e demais entrevistas realizadas ao longo dessa caminhada, foram retirados trechos de falas sobre a China compondo o vídeo “CHINA POR…” (em televisor na entrada principal da EA UFMG).
O primeiro webinário realizado em 2020, intitulado “Geopolítica e desenvolvimento territorial”, esteve vinculado a uma disciplina pertencente ao Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo (NPGAU) da Escola de Arquitetura (EA) da UFMG. Na época, o evento foi transmitido via plataformas zoom (para alunos da disciplina) e via youtube (para o público em geral). O webinário debateu os seguintes temas por grupos de autores: “Novo Mundo Multipolar e Multilateral” e “Queda do poderio dos EUA” por José Luis Fiori (UFRJ) e Elias Jabour (UERJ); “Ascensão do poderio da China e expansão da influência territorial da China no sudeste asiático e no mundo”, a “Dimensão territorial do desenvolvimento chinês” e a “A consolidação da Eurásia – BRICS e As Novas Rotas da Seda” por Fábio Tozi (UFMG) e Pepe Escobar (Asian Times); “O devir urbano chinês” por Tiago Schultz (UFBA); “Expansão da Rota da Seda no mundo e a Rota do Algodão na América Latina”, “Mercosul, Unasul e Celac e integração latinoamericana”, “Expansão da influência territorial da China, Soft Power, ZEE” por Bruckmann (UFF) e Gilberto Libânio (UFMG); “Revolução Tecnológica 4.0 e Capitalismo de Vigilância em um novo mundo multipolar” pela presidenta Dilma Rousseff (PT).
O segundo webinário realizado em 2021 “Geopolítica e desenvolvimento urbano chinês” esteve vinculado às disciplinas de pós graduação da EA UFMG, NPGAU e ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável (PACPS), assim como às disciplinas de graduação ministradas pelos professores Marcelo Maia e Natacha Rena. O webinário contou com abordagens em temáticas diversas, proferidas pelos seguintes atores, respectivamente: Abertura com o Diretor da DRI – Aziz Tuffi Saliba – acompanhado das boas vindas ao seminário pelos professores Marcelo Maia e Natacha Rena que foi precedida pela da fala do diretor brasileiro do Instituto Confúcio, Leandro Diniz; “Arquitetura Imperial e o (Des)agenciamento Maquínico Chinêsⓒ” por Tiago Schultz (UFBA); “Desenvolvimento territorial e Infraestrutura. Estado, mercado e trabalho na nova sociedade. Deslocamento do centro dinâmico geopolítica para a Ásia. Soberania Nacional e desenvolvimento. China como país integrador das dinâmicas econômicas mundiais. Sul Global. A Nova Rota da Seda, a rota da esperança” por Márcio Pochmann (UNICAMP); “Revolução tecnológica, FinTechs, StartUps de Inteligência Artificial. Indústria 4.0, economia complexa. Importância do Estado e no desenvolvimento econômico e social asiático” por Uallace Moreira (UFBA) e Maria Rosa Azevedo (Podcast Pagode Chinês); “China: Desenvolvimento Territorial e Urbanismo” por Marcelo Maia (UFMG), Danilo Caporalli (UFMG), Gabriela Bitencourt (UFMG) e Matheus Coelho (UFMG); “A expansão econômica e geopolítica da China. A Nova Economia do Projetamento. Desenvolvimento via Grandes Projetos de Infraestruturas. Investimentos da China no Brasil” por Elias Jabbour (UERJ) e Javier Vadell (PUC MG); “Cooperação Sul-sul, Multilateralismo, win-win, Mundo de Futuro Compartilhado”. BRICs. Nova Rota da Seda” por Qu Yuhui (Ministro Conselheiro da Embaixada da República Popular da China).
Os integrantes do grupo de pesquisa criado no último ano – GeoPT – também têm estado presente em eventos de escala nacional e internacional, com destaque para apresentação de pesquisas acadêmicas e trabalhos no Iº Seminário Internacional da CEÁSIA-UFPE – Nova ordem, velhos consensos: O sul global em perspectiva. Neste, os pesquisadores do GeoPT abordaram temas em eixos específicos de Grupos de Trabalhos (GT) mais alinhados às suas pesquisas acadêmicas individuais. O GT “Desenvolvimento e Resiliência Urbana” foi contemplado com o artigo: “Um mundo de futuro compartilhado: novas perspectivas de cidades e desenvolvimento territorial no sul global” escrito pelo Marcelo Maia (apresentador) e co-autoria de Caio Silva; “A evolução do sistema financeiro chinês pautado no desenvolvimento urbano e suas perspectivas futuras” escrito por Wanderson Moraes, Sírlei de Sá Moura (apresentadora) e Matheus Coelho; “Shenzhen, Xangai e Xiamen: ZEEs, desenvolvimento econômico e planejamento territorial” apresentado por Danilo Barbosa. O GT “Economia Política Internacional” contou com a apresentação do artigo escrito por Gabriela Bitencourt (apresentadora) e Natacha Rena, intitulado: ‘Os ventos do norte não movem moinhos’: Pensando na integração latino-americana a partir de Belt e Road Initiative (BRI).
Outra atividade constante tem sido o desenvolvimento de artigos que resultam das sínteses e produções das linhas de pesquisas individuais ou coletivas, podendo-se citar o ensaio realizado pelo Professor Marcelo Maia “Deslocalizar-se para uma nova substância urbana” (MAIA, 2021) na revista Indisciplinar nº 13 e o artigo “Dessincronizado o Ocidente: novos vetores de desenvolvimento do Sul” (MAIA; RENA, 2021) escrito pelos professores Marcelo Maia e Natacha Rena na revista V!RUS nº 23. Além disso, há um resumo aprovado no 5th World Planning School Congress and 16th Asian Planning School Association Congress 2022, com previsão de ocorrer em Bali (Indonésia) no fim de agosto/início de setembro. O resumo é de autoria da pesquisadora Gabriela Bitencourt (e co-autoria de sua orientadora Natacha Ren) sob o título “Infrastructural interconnectivity in the Age of the Tropics: a study of the trans-scalar impacts of the Belt and Road Initiative in Brazil and Latin America” (BITENCOURT; RENA, 2022) situado no eixo 9 do Congresso: “Infrastructure, transport, and mobility”.
Uma ação importante que nos possibilitou ampliar a publicação de temas relevantes foi a realização da curadoria da Revista Indisciplinar nº 13 com a edição da entrevista realizada na palestra “Geopolítica e Desenvolvimento Territorial Chinês” proferida pelo Ministro Conselheiro da Embaixada da República Popular da China no Brasil, Qu Yuhui, cuja transcrição é de autoria do pesquisador Danilo Barbosa (2021). Além da edição do GeoDebate realizado na modalidade ao vivo entre a Professora Natacha Rena (UFMG) e o Professor Elias Jabbour (UERJ), a respeito do lançamento do livro “China: o socialismo do século XXI” em Belo Horizonte (RENA; JABBOUR, 2021), transcrita por Eric Fellipe Lima.
Além disso, também na Revista Indisciplinar nº 14 há uma previsão de serem publicados 20 artigos, dentre estes destacamos a transcrição da fala do Prof. Márcio Pochmann para o webinário “Geopolítica e desenvolvimento urbano chinês” pelo pesquisador Matheus Coelho e o artigo “O Trazismo chinês: a Arte de construir o mundo” de autoria de Calebe Guerra e Leandro Ferrari, com citações de textos de Lu Xun em tradução inédita do chinês para o português.
Por fim, esta exposição é resultado de 3 anos nos quais os professores Marcelo Maia e Natacha Rena trabalharam intensamente os temas geopolítica e desenvolvimento territorial com foco no Desenvolvimento Urbano Chinês. No caso específico da curadoria e organização desta exposição, contamos com uma equipe formada entre dois professores, Marcelo Maia e Natacha Rena, uma doutoranda, Gabriela Bitencourt, dois mestrandos, Sarah Dapieve e Alexandre Faria, um aluno desenvolvendo seu TCC, Anderson Chagas, para além dos quatorze alunos presentes nas disciplinas ACR 025 2022/01º e URB 013 2022/01º que são também autores dos trabalhos expostos. A presente disciplina foi criada com objetivo de elaborar uma exposição intitulada – EXPO CHINA – envolvendo material previamente produzido por alunos em disciplinas envolvendo o Urbanismo Chinês.
A ideia foi organizar e construir um novo material artístico-expositivo a partir do que já foi previamente catalogado e apresentado pelos alunos nos semestres dos anos de 2019, 2020 e 2021, por isso, a exposição também inclui cartazes (banners) sobre todas as cidades que participam da “Nova Rota da Seda” (Belt and Road Initiative – BRI), inseridas desde o território chinês até demais continentes do mundo, como: a Ásia, a Europa e a África. Nem todas as cidades pesquisadas participam da exposição. Nem todas as cidades e países que assinam os acordos para a constituição da rede rizoma da Rota da Seda estão presentes.
No decorrer do processo que se apresenta nesta exposição, mais de 180 pessoas estiveram diretamente envolvidas. Foram 29 alunos de pós-graduação, 131 alunos de graduação de cursos variados: Arquitetura e Urbanismo, Economia, Geografia, Letras e Relações Internacionais. Contamos também com a participação de 33 palestrantes e ilustres convidados, dentre eles: a Presidenta Dilma Rousseff e o Ministro Conselheiro da Embaixada da República Popular da China Qu Yuhui. À todas e todos que participaram, nossos agradecimentos:
ALAN FERREIRA MARTINS | ALEXANDRE FRAGA | ALINE CRISTINA GONÇALVES DA COSTA | AMANDA LAGE CARVALHO PINTO | AMANDA NUNES DE SOUZA | ANA CAROLINA DA SILVA OLIVEIRA | ANA CAROLINA MASCARENHAS | ANA CRISTINA APARECIDA SOARES | ANDERSON DE SOUZA QUINTELLA CHAGAS | ANDRÉ TINÉ GIMENEZ | ARIANE MEDEIROS MOREIRA | AZIZ TUFFI SALIBA | BÁRBARA BARROS DINIZ | BÁRBARA MALVEIRA ORFANÒ | BEATRIZ SULZBACHER DE AGUIAR FERNANDES | BRUNO PACHECO | CAIO AUGUSTO GONÇALVES SILVA | CAIO EMÍDIO DE MENDONÇA | CALEBE GUERRA | CAMILA TEIXEIRA LOPES | CARLOS MURILO OLIVEIRA SILVA | CAROLINA BORDONI DINIZ | CAROLINA GUEDES RIBEIRO | CAROLINA MARIA SOARES LIMA | CAROLINA MAZZIEIRO FERREIRA | CÁSSIO LOPES FRANÇA LIMA | CECILIA BRAGA RAMOS MONTEIRO CORGOSINHO | CECÍLIA MOUTINHO SILVA | CELIANE SOUZA XAVIER | CERENA SILVA ARAÚJO | CINTYA GUEDES ORNELAS | CLARICE FLORES FIALHO | CLÉLIO CAMPOLINA DINIZ | DANIEL JOSÉ DA SILVA CARVALHO | DANILO CAPORALLI BARBOSA | DÉBORA ALVARENGA SILVA | DEJAN MIHAILOVIC | DELTON MENDES FRANCELINO | DILMA ROUSSEFF | DIOGO GAMA POZZATO | EDUARDO ARCHETTI MARTINS ARRUDA | ELIAS JABBOUR | EMILY NATYELLE BARCELO CAETANO | EULLER HENRIQUE | TEODORO CARDOZO | FÁBIO TOZI | FERNANDA CARVALHO LOPES | FLÁVIA DO NASCIMENTO SILVA | FLÁVIO MOURÃO AGOSTINI | GABRIEL FIGUEIREDO LARA | GABRIEL SILAS COSTA PEREIRA | GABRIEL SPAGNOL VIZIBELLI CHAVES | GABRIEL THOME DE OLIVEIRA | GABRIELA ARAÚJO CANGUSSU | GABRIELA BITENCOURT | GABRIELA DE BARROS GROSSI | GABRIELA DE FREITAS CANÇADO | GILBERTO LIB NIO | GIOVANNA APARECIDA MATOS CAMISASSA | GUSTAVO JUN MORITANI | HENRIQUE DIAS PORTO | HENRIQUE RODRIGUES ROQUE | ISABELA FLACH GOMES | ISABELA KAROLINE MENDONÇA | ISABELLA MORAIS DE SOUZA | ISABELLA SOARES DE MENEZES | ISABELLE SILVEIRA E SILVA | ÍTALO RIBEIRO MOREIRA | JAVIER VADELL | JOANA BARRETO PEREIRA DE OLIVEIRA | JOÃO GABRIEL MARTINS REGO | JOÃO MARCOS DE SOUSA TEIXEIRA | JOÃO PAULO ARAUJO SOUTO | JOÃO VICTOR ORTIZ | JOÃO VITOR DE LIMA ARAÚJO | JOSÉ ANTONIO BARBOSA JÚNIOR | JOSÉ LUIS FIORI | JOYCE SANTOS COSTA | JÚLIA FIGUEIRO GALINDO | JULIANA SIMIONI VECHIN | KAMILA LOPES DE ARAUJO | KAROLINE FERNANDA PEREIRA DE JESUS | LARA FIGUEIREDO PERES PESSL | LARISSA AMANDA DE ALMEIDA RIBEIRO | LAURA MARIA ANDRELI FIGUEIREDO | LAURA MELO AVELAR | LAURA URREJOLA | LEANDRO DINIZ | LEONARDO GOMES | LETICIA DOS SANTOS VIDAL | LETÍCIA MOREIRA GUIMARAES CORTEZ | LETICIA SAYURI NISIYAMA | LUAN FERNANDES VIANA | LUANA OLIVEIRA GONÇALVES | LUANA PARIS BASTOS | LUANA THOMAINO DELL ISOLA PIMENTEL | LUCAS AUGUSTO ROCHA RESENDE | LUCAS OLIVEIRA DE ARAÚJO | LUISA COTA PERDIGÃO PAIVA | LUISA FIOROT DELL SANTO | LUIZ OTÁVIO DE OLIVEIRA ALVES | LUIZA DA ANUNCIAÇÃO GUINHO | LUIZA LESSA GONTIJO | LUNA MACHADO SOARES | MAÍRA RAMIREZ NOBRE | MANUELA CRISTINA RÊGO DE CARVALHO | MANUELA EDMUNDO MOSS | MARCELO FARIA GONCALVES SILVA | MARCELO MAIA | MÁRCIO POCHMANN | MARCO ANTONIO PETRUCELI BENINI | MARCO AURÉLIO FREITAS DE ASSIS JÚNIOR | MARIA CLARA FREITAS DE ASSIS | MARIA EDUARDA LEBISCH ARRUDA | MARIA FERNANDA TEIXEIRA DOS SANTOS | MARIA JÚLIA MARQUES ROCHA | MARIA LAURA RANUJA RODRIGUES | MARIA ROSA AZEVEDO | MARIANA GICO LIMA BELO | MARÍLIA PIMENTA CHAVES | MARINA CORREIA PALHARES | MARINA FERNANDES CASSIMIRO | MARINA GOMES DA SILVA TELLES | MARINA KAORI USSAMI | MARINA MARA DIAS FELIX | MARINA RIZZO TOMA | MARINA VILELA BARREIRA | MATHEUS GABRIEL DE SOUZA DIAS | MATHEUS GUIMARAES ROSA DA COSTA | MATHEUS SILVA COELHO | MAURÍCIO CAMPOMORI | MAURILIO CRUZ BALTHAZAR | MIGUEL VICTOR PEREIRA VELOSO | MÔNICA BRUCKMANN | MONIQUE SANCHES | MOZART VIDGAL | NATACHA RENA | NATHALIA MATOZO DA SILVA | PAMELA REBECKA AVELAR | PASQUALINO MAGNAVITA | PATRÍCIA LORENA SILVA | PEDRO ARTUR FERNANDES LINO ANDRADE | PEDRO BORGES GUSMAO FERNANDES | PEDRO HENRIQUE CAETANO LOPES | PEDRO HENRIQUE DA SILVA | PEDRO HENRIQUE PEREIRA SILVA | PEDRO PAULO DRUMOND ALMEIDA | PEDRO SCHULTZ FONSECA BAPTISTA | PEPE ESCOBAR | PHILIP EDUARDO VALADARES WEIMANN | QU YUHUI | RAFAELA ALMEIDA DA SILVA | RAFAELA DOS REIS NONATO | RAISSA DE SOUZA JESUS | RAQUEL DE PARDE MOTTA | REGINALDO GIL | ROGÉRIO LUCAS GONÇALVES PASSOS | SABRINA DE OLIVEIRA FABIANO | SAMANTHA CAMPOS PAIVA BARROZO | SAMUEL LORENZATO VASCONCELLOS | SANDRA REGINA GOULART ALMEIDA | SARAH DAPIEVE | SAULO HENRIQUE | MARQUES SARAIVA | SÍRLEI DE SÁ SOUZA | TALITA LESSA | TEREZA GOUVEIA VASCONCELOS DE SOUZA | THADEU RIBEIRO ABREU NEVES | THALIA MARQUES GOMES | TIAGO SCHULTZ | TOMAS COUTINHO CHAVES | UALLACE MOREIRA | VINÍCIUS PINHEIRO PEREIRA | VINÍCIUS VIEIRA GONCALVES | VITOR CÉSAR MENEZES DE BARROS SILVEIRA | VITÓRIA MAYUME MURATA | VIVIAN POLYANA DE ANDRADE REZENDE | YAGO FRANKLEY SANTOS DAMASCENO | YURI KAWAGUISKI RODRIGUES
Referências
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Referências em chinês
Cânon de Shun (舜典), século XI a.C LI, 1999, p. 40.
Texto em chinês: “月正元日,舜格于文祖,询于四岳,辟四门,明四目,达四聪。‘咨,十有二牧!’曰:‘食哉惟时!柔远能迩,敦德允元,而难任人,蛮夷率服’。” Tradução do original em chinês por Calebe Guerra em: “O Trazismo chinê