BANJIHA
João Vitor LimaA OBRA
Um vislumbre pela janela de uma casa-porão – banjiha – em Seul reúne a cidade por um ângulo particular: jovens coreanos, businessman ocidentais, nômades com pressa, nativos, e toda ordem de gente (com qualquer ordem de coisas) correm a capital sul-coreana, amarração de um emaranhado de vetores de capital econômico e cultural do mundo. Imagina-se um morador de uma banjiha de Seul, operário da máquina complexa da cidade, sujeito aos mecanismos contraditórios de posse do seu território habitável – o que ele é capaz de divisar com os olhos ao nível da rua? Supõe-se aqui uma elevação e uma planta: abaixo, a janela baixa da banjiha; acima, o rio Han, organizador da ocupação de Seul e fundamental para a sua história de troca com a velha-China, sugere alguma coerência na natureza indomável de uma das cidades mais pujantes da Terra.
Plotagem em papel sulfite
Medidas: 50,46×11,89cm.
Cidades EXPOCHINA: Seul
João Vitor Lima
O PROCESSO
A partir de uma pesquisa a respeito das casas ou apartamentos de porão – banjiha -, uma das formas de habitação precária em Seul, foram coletadas e editadas imagens que pudessem formar uma visão sintética da rua. Imagens de satélite em alta resolução, editadas no mesmo processo digital, formam a metade superior do projeto. Plotados em doze A0, foram dobrados ao meio e fixados na parede e teto de ambos os banheiros – espaços de qualidade liminar – do primeiro andar da Escola de Arquitetura da UFMG.