Abrangendo milhares de quilômetros e anos, as antigas rotas da seda incorporam o espírito de paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizado mútuo e benefício mútuo. O espírito da Rota da Seda tornou-se uma grande herança da civilização humana.
(…)

 

A história é nossa melhor professora. A glória das antigas rotas da seda mostra que a distância geográfica não é intransponível. Se dermos o primeiro passo corajoso em direção um ao outro, podemos embarcar em um caminho que leva à amizade, ao desenvolvimento compartilhado, à paz, à harmonia e a um futuro melhor.
(Xi Jinping, 2017)

 

A Grandeza já não precisa da cidade, ela compete com a cidade; ela representa a cidade; ela antecipa-se à cidade; ou melhor ainda, ela é a cidade. A Grandeza gravita oportunisticamente para localizações de máxima promessa infraestrutural; é, definitivamente, a sua própria raison d’être. A Grandeza é o último bastião da arquitetura – uma contracção, uma hiper-arquitetura. A Grandeza prepara o terreno para um depois-da-arquitetura.
(Rem Koolhaas, 1994)

 

Inicialmente interessados por peculiaridades chinesas envolvendo a produção de uma arquitetura contemporânea construída a uma velocidade nunca vista antes na história da construção de edifícios e cidades, embarcamos pela Rota da Seda e tecemos coletivamente – professores e alunos – caminhos entre o Ocidente e o Oriente atravessando o Império do Meio. Descobrimos que a Rota da Seda são várias – rotas da seda -, e que ela não pertence ao Oriente, assim como também não pertence ao Ocidente. Sua vocação é a conexão intercivilizatória. Nas rotas da seda, as perspectivas do mundo se alternam e, assim como Marco Polo, nos encontramos (des)localizados ao visitar outras civilizações. Desde então, buscamos entender essas outras histórias, culturas, pensamentos e técnicas.

Na primeira década do século XXI, o projeto Belt and Road Initiative inaugura a possibilidade de compartilhar idéias, riquezas e projetos de desenvolvimento infraestrutural interconectado globalmente sob uma perspectiva do Sul Global. Para além da intensificação de novos arranjos geopolíticos não hegemônicos, onde parcerias de benefícios mútuos escapam da concepção Ocidental Imperial, abre-se um novo leque de alternativas econômicas e produtivas por meio de relações de ganha–ganha (win-win), trazendo um projeto de mundo multipolar onde o futuro é compartilhado dentro de uma possível e potente ecocivilização.

A EXPO CHINA resulta do acúmulo investigativo envolvendo disciplinas de graduação e pós-graduação, webinários e artigos científicos, nos quais trabalhamos intensamente o tema do Desenvolvimento Urbano Chinês. Organizamos um material artístico-expositivo a partir da cartografia de 40 cidades que participam da Belt and Road Initiative. As cidades investigadas ao longo desses anos aparecem em destaque tanto no “GRANDE MAPA” da exposição quanto nos posters “CIDADES E ROTAS” (em televisor) que sintetizam, junto ao site criado, um banco de dados realizado em processos cartográficos durante o ensino remoto. Na construção desta exposição, mais de 180 pessoas estiveram diretamente envolvidas. Foram 29 alunos de pós-graduação, 131 alunos de graduação de cursos variados: Arquitetura e Urbanismo, Economia, Geografia, Letras e Relações Internacionais. Contamos também com a participação de 33 palestrantes e ilustres convidados, dentre eles: a Presidenta Dilma Rousseff e o Ministro Conselheiro da Embaixada da República Popular da China Qu Yuhui.